A detenção em massa de jornalistas pelas autoridades nepalesas, durante o fim-de-semana, suscitou protestos da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

A FIJ está preocupada com as detenções de 60 jornalistas no Nepal em dois incidentes distintos, os quais se seguiram a uma série de incidentes em que jornalistas e organizações de comunicação social foram alvo de violência e intimidação, numa tentativa de censura.

Em carta ao primeiro-ministro nepalês, a organização condenou a falta de respeito pela liberdade de imprensa do governo daquele país asiático, devido à prisão de 47 jornalistas, a 16 de Abril, em Singhadurbar.

No dia seguinte, mais 13 jornalistas foram detidos por protestarem pela prisão dos seus colegas, num protesto organizado pela Federação de Jornalistas Nepaleses que envolveu centenas de jornalistas.

Enquanto estiveram detidos, os jornalistas viram ser-lhes negado o direito a comida, água e cuidados médicos.

Os números apresentados pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF) diferem bastante dos da FIJ, apontando para 300 jornalistas detidos durante protestos a 16, 17 e 18 de Abril, e ainda para cerca de uma dúzia de repórteres agredidos por agentes policiais.

Segundo a RSF, a polícia anti-motim prendeu 75 jornalistas a 16 de Abril, cerca de 200 nos protestos do dia seguinte contra as detenções de sexta-feira, e várias dezenas no domingo, no decorrer de uma manifestação da oposição.