Situação crítica em “O Primeiro de Janeiro” e “Motor”

Os jornalistas e outros trabalhadores ao serviço das publicações “O Primeiro de Janeiro” e “Motor” continuam sem receber os respectivos salários, apesar da intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho, a pedido do Sindicato dos Jornalistas (SJ).

Trata-se de “uma situação completamente inaceitável e insustentável”, refere o SJ em comunicado divulgado hoje, 20 de Julho, sublinhando que o não cumprimento dos deveres contratuais, para além de “atentatória dos elementares direitos dos trabalhadores”, revela a “falta de respeito do empregador” para com os trabalhadores ao seu serviço, os quais, apesar de nada receberem, “continuam a comparecer regularmente nos seus postos de trabalho e a assegurar a produção daquelas publicações.”

O documento do SJ adverte ainda os jornalistas das duas publicações para o facto de a “cedência de direitos que constituem conquistas civilizacionais em nada ajudar à resolução dos problemas laborais, antes contribuir objectivamente para agravar e perpetuar situações de exploração que atentam contra a dignidade humana.”

É o seguinte o texto, na íntegra, do comunicado do SJ:

Jornalistas no “Janeiro” e no “Motor” ainda sem salários

1.Apesar da intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho, a pedido do Sindicato dos Jornalistas, os jornalistas e outros trabalhadores ao serviço das publicações “O Primeiro de Janeiro” e “Motor” continuam sem receber os respectivos salários, em dívida há três e oito meses, respectivamente, bem como os subsídios de férias e de Natal do ano passado e o subsídio de férias deste ano.

2.Trata-se de uma situação completamente inaceitável e insustentável, atentatória dos elementares direitos dos trabalhadores e que revela a falta de respeito do empregador para com o extremo sacrifício desses profissionais, os quais, apesar de nada receberem, continuam a comparecer regularmente nos seus postos de trabalho e a assegurar a produção daquelas publicações.

3.Recorda-se que, além dos profissionais ainda ao serviço do “Janeiro” e do “Motor”, três dezenas de outros jornalistas despedidos ilegalmente do “PJ” há quase um ano continuam sem receber os respectivos créditos e a reclamar os seus direitos.

4.O SJ considera urgente pôr termo a esta situação e continua a acompanhar e a apoiar os jornalistas na tomada das medidas necessárias, a fim de que o respeito pelos seus legítimos direitos seja reposto.

5.O SJ alerta uma vez mais os jornalistas para o facto de – como a realidade se tem encarregado de demonstrar – a cedência de direitos que constituem conquistas civilizacionais em nada ajudar à resolução dos problemas laborais, antes contribuir objectivamente para agravar e perpetuar situações de exploração que atentam contra a dignidade humana.

Lisboa, 20 de Julho de 2009

A Direcção

Partilhe