Síntese do parecer do Conselho Deontológico sobre queixas apresentadas pelo presidente da associação “Estrada Mais Segura”

Síntese do parecer do Conselho Deontológico do Sindicado dos Jornalistas sobre queixas apresentadas pelo presidente da associação “Estrada Mais Segura”, Jorge de Sá, por alegadas falsidades, em artigos da autoria da jornalista Valentina Marcelino, publicados no Diário de Notícias, e que revelam suspeitas de um alegado favorecimento sobre a motivação de um concurso público.

Jorge de Sá considera que o trabalho noticioso foi “ardilosamente” tratado e informa “falsidades, imprecisões e erros claramente propositados, premeditações e motivações políticas”. Ao queixoso foi-lhe entretanto possibilitada uma entrevista, o direito de resposta e um artigo de opinião.
Depois de analisados os respectivos esclarecimentos das partes envolvidas, o Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas, no exercício das suas competências de vigilância pelo cumprimento das regras do Código Deontológico da profissão e das práticas culturais inerentes, concluiu que os artigos jornalisticos publicados no Diário de Noticias, da autoria de Valentina Marcelino, em 26 e 27 de Fevereiro de 2012 e em 20 de Março de 2012, integram um trabalho sequencial de uma questão de interesse público.
Referem-se a uma suspeição de “favorecimento” num concurso público. As alegadas imprecisões que o queixoso aludiu já foram sanadas por posteriores correcções, a instâncias da jornalista em causa, ou através do direito de resposta ou de opinião do próprio autor que as contestou.
O CD considerou que tais alegadas imprecisões não beliscam o conteúdo informativo, fulcro da investigação da jornalista e, pela sua diminuta importância, não constitutem violações ao seu Código Deontológico, porquanto no exercício da liberdade de imprensa, Valentina Marcelino cumpriu as regras que lhe são exigíveis.
O CD notou que o presidente da associação “Estrada mais Segura”, nas duas queixas apresentadas, expressou um conjunto de adjectivações sobre supostas intenções do trabalho da jornalista, sobre a sua independência profissional e até da capacidade intelectual enquanto pessoa – (vd. trabalho “ardilosamente” tratado; continuando a informar de “falsidades, imprecisões e erros, claramente propositados, premeditações e motivações políticas”; ou ainda “ela não entende”). Estas sim, são conjecturas não provadas e por isso reprováveis.
Lisboa, 28 Março de 2012
A vice-presidente do CD
Otilia Leitão

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