A alegada contaminação de urânio empobrecido por efeito dos bombardeamentos da OTAN na Jugoslávia, foi um dos temas dominantes da 3.ª Conferência de Jornalistas da Região do Mediterrãneo, reunida em Atenas, e em que Portugal esteve representado pelo Sindicato dos Jornalistas.
Dirigentes de 23 organizações profissionais de jornalistas de 15 países mediterrânicos exprimiram ontem a sua grave preocupação em relação à alegada «síndrome dos Balcãs» e exigiram uma informação completa sobre as sequelas que resultem dos bombardeamentos efectuados pela OTAN na Jugoslávia.
Reunidos em Atenas, na 3ª Conferência de Jornalistas da Região do Mediterrânico, na qual Portugal esteve representado pelo Sindicato dos Jornalistas, os dirigentes apoiaram as posições do SJ na defesa da liberdade de imprensa, bem como as suas críticas às recentes declarações do Chefe do Estado Maior do Exército.
Na declaração final, a Conferência observa que a saúde dos jornalistas que trabalham no terreno, assim como a saúde das populações civis, exige uma atenção permanente.
O documento apela ainda aos jornalistas para que assumam as suas responsabilidades específicas no entendimento e na compreensão mútuos entre os povos na região dos Balcãs, onde os focos de conflito são múltiplos.
Na conferência, foram abordadas outras preocupações centrais do movimento sindical de jornalistas, designadamente as relativas a algumas formas de censura que ainda são praticadas, os riscos para a qualidade decorrentes da uniformização da informação, os efeitos ao nível da deontologia profissional da mercantilização da informação e da concentração de empresas.
A Conferência ocorreu no contexto das actividades da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que representa meio milhão de profissionais em todo o mundo.
O Sindicato dos Jornalistas é membro efectivo da FIJ e integra o Comité Director da Federação Europeia de Jornalistas – a estrutura continental da FIJ.