Os sindicatos de jornalistas da Europa vão lutar de forma decidida para recuperar a confiança da opinião pública no sector, depois de “uma mistura tóxica de cortes editoriais, condições de trabalho precárias e jornalismo pouco ético ter conduzido a uma espiral descendente dos média e da democracia na Europa”, afirmou o presidente da Federação Europeia de Jornalistas (FEJ), Arne König.
A decisão foi tomada na Assembleia-Geral da FEJ, que decorreu de 16 a 18 de Abril em Istambul, na Turquia, reunindo organizações da classe de 24 países, entre as quais o Sindicato dos Jornalistas (SJ) portugueses. Representantes da Irlanda, Islândia e Dinamarca não puderam estar presentes devido ao encerramento dos aeroportos por causa da nuvem de cinzas do vulcão inslandês.
Durante a reunião magna, os debates foram dedicados a assegurar o futuro do jornalismo e a contrariar o impacto da crise dos média, que levou a cortes nas redacções e ao encerramento de vários jornais, bem como à queda dos padrões de qualidade, devido “aos cortes selvagens nos custos editoriais, à redução do número de jornalistas e ao menor investimento em edição, investigação e especialização”.
Realçando a necessidade de encontrar respostas para a crise de financiamento do sector, o presidente da FEJ sublinhou, no entanto, que “não se pode comprometer a independência editorial ou a necessidade de um jornalismo credível e ético”, e apelou a maiores níveis de solidariedade no seio da classe.
“A mensagem de Istambul é que a unidade é a nossa maior força e que a solidariedade é a chave para vencer as batalhas sobre a direcção futura do jornalismo e dos média”, concluiu Arne König.