Sindicatos indianos unem-se contra “Hindustan Times”

O despedimento, em Outubro de 2004, de 362 trabalhadores do quadro do “Hindustan Times”, seguido da contratação de novos trabalhadores não sindicalizados, levou cinco sindicatos indianos a unirem-se numa luta contra o que consideram “um ataque concertado dos patrões aos sindicatos e aos direitos dos trabalhadores”.

Os cinco sindicatos envolvidos, que representam milhares de jornalistas, tipógrafos e outros trabalhadores do sector da comunicação, contam com o apoio da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), e o caso já foi levado a semana passada perante a Organização Internacional do Trabalho, um organismo das Nações Unidas.

“Os sindicatos estão zangados e com razão. Este último ataque ameaça todo o sector. É por isso que os sindicatos não têm outra opção senão lutar”, afirmou Aidan White, secretário-geral da FIJ.

Após anos de erosão das estruturas tradicionais de aumentos salariais e condições de trabalho através do não cumprimento de acordos de concertação social a nível nacional, os sindicatos querem reactivar a negociação e a contratação colectiva, para impedir atropelos aos direitos dos trabalhadores.

Para as estruturas sindicais, as acções do “Hindustan Times” estão fora da lei, e a troca de argumentos já seguiu para os tribunais. Entre outras coisas, os sindicatos alegam que a empresa usou uma subsidiária sua, criada para encorajar o investimento estrangeiro, como meio para despedir pessoal e contratar uma nova força de trabalho, o que dá mau nome às novas regras de investimento estrangeiro na Índia.

Os sindicatos avisam que, caso a administração leve a sua vontade adiante, tal poderá constituir um precedente para políticas de despedimento colectivo seguido de contratação em massa, que se revelarão ruinosas para a débil estrutura de protecção laboral da Índia.

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