Sindicato dos Jornalistas solidário com iniciativas do 8 de Março

Apoio a manifesto e apelo à participação nas manifestações da Rede 8 de Março.

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) está solidário com a Greve Internacional Feminista, marcada para o próximo Dia das Mulheres, e apoia as reivindicações do Manifesto da Rede 8 de Março.

As mulheres jornalistas estão hoje sujeitas a condições de trabalho (ainda) mais vulneráveis, com níveis de precariedade, insegurança laboral, desigualdade salarial e assédio superiores aos registados pelos jornalistas homens, que devem igualmente ser denunciados.

O SJ entende que a ação do movimento sindical é fundamental para alcançar a transformação social que garantirá a trabalhadoras e trabalhadores os mesmos direitos.

Nesse sentido, apela à participação nas manifestações pela igualdade de direitos entre mulheres e homens convocadas para 8 de Março, em 13 cidades do país, bem como à assinatura da respetiva petição pública.

O SJ associa-se ainda à campanha lançada pela Federação Internacional de Jornalistas, a propósito do 8 de Março, focada na falta de mulheres na comunicação social, particularmente em determinadas funções, e na sua maior exposição à discriminação salarial e à insegurança laboral. A campanha insta também as mulheres a assumirem um papel mais ativo nos sindicatos.

As e os jornalistas não podem ficar indiferentes à desigualdade de direitos entre mulheres e homens, aliás também uma realidade no setor da comunicação social (bastando verificar os relatórios públicos sobre a situação na RTP e na Lusa, empresas do setor empresarial do Estado).

Recorde-se que, de acordo com o último grande inquérito aos jornalistas, realizado pelo ISCTE para o Congresso de 2017, 48,2% dos jornalistas são mulheres (alguns inquéritos até já lhes atribuem percentagem superior).

Porém, e apesar de, segundo o mesmo inquérito, terem níveis de educação superiores e trabalharem mais horas, as mulheres ganham aproximadamente menos 80 euros líquidos por mês do que os homens (o que representa mais de 1.000 euros por ano, basicamente um salário mensal de diferença).

Ao mesmo tempo, as mulheres auferem menos de metade dos salários acima dos 2.000 euros e confessam-se menos satisfeitas com a profissão, nomeadamente com o salário que têm.

As mulheres ocupam menos de metade das posições de chefia e liderança e admitem em maior percentagem que, se pudessem, escolheriam outra profissão.

Nesse sentido, e para dar resposta a este cenário, o Sindicato dos Jornalistas vai criar um grupo de trabalho com a função exclusiva de avaliar a (des)igualdade no setor da comunicação social e de, face ao que apurar, propor formas de intervenção futuras. Caberá também a esse grupo delinear ações de formação que capacitem os jornalistas para um tratamento mais adequado do tema da igualdade de género.

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