Sindicato dos Jornalistas pede reunião urgente ao Governo para discutir crise na TiN

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai pedir uma reunião urgente ao ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, para debater a grave crise da Trust In News (TiN), empresa detentora de títulos como “Visão”, “Exame” ou “Jornal de Letras”, entre outros. A empresa está em insolvência, tem salários em dívida aos trabalhadores e pagamentos em atraso a quem trabalha a recibos verdes.

 

Apesar de ter abordado com o Governo a crise da TiN nas quatro reuniões havidas entre o SJ e o ministério dos Assuntos Parlamentares, o SJ entende que é urgente debater com o Executivo, num encontro com caráter de urgência, a crise neste grupo de comunicação social.

 

Em junho, na primeira reunião com o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, o SJ alertou o titular da pasta da Comunicação Social para os perigos que pendiam, qual espada de Dâmocles, sobre a TiN. Na altura, fomos claros sobre a imperiosa necessidade de preservar os postos de trabalho e a importância de preservar este grupo de comunicação social, cujos títulos dão, há anos, um contributo para a qualidade, diversidade e pluralidade do jornalismo.

 

Em três reuniões com o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, para debater o Plano de Ação para a Comunicação Social, o SJ sublinhou os perigos em torno da TiN e manteve o Governo a par da situação. Infelizmente, com a declaração de insolvência, há menos margem de manobra, mas o SJ recorda, tal como disse aos governantes nas várias ocasiões, que o Estado, através da Segurança Social e da Autoridade Tributária, é detentor de mais de 50% dos créditos, tendo reprovado o Plano Especial de Revitalização, que foi aprovado pelos outros principais credores.

 

Acreditamos que há aqui uma via que pode ser explorada. Por ser uma área de atividade específica, que lida com um bem essencial como o jornalismo, que o próprio Governo considera como um pilar da Democracia, entendemos que os governantes têm a obrigação de tentar encontrar uma solução que viabilize os títulos da TiN, assegure o pagamento dos salários em atraso e a manutenção dos postos de trabalho.

 

Reconhecemos que é uma tarefa complexa, que enfrentará críticas e incertezas, mas tendo em conta que é o próprio Estado o principal credor, acreditamos que se possa encontrar uma solução para a situação dos trabalhadores da TiN, que há mais de um ano vivem sem garantias defuturo e com atrasos cíclicos nos vencimentos.

 

Além de querer reunir com o Governo, o SJ alertou já todos os grupos parlamentares, ao enviar uma carta aberta dos trabalhadores da TiN para os políticos, com o intuito de reforçar a sensibilização dos detentores de cargos públicos para a gravidade da situação, que afeta 17 títulos e dezenas de famílias. Além de envolver os políticos e governantes na procura de uma solução, o SJ, totalmente disponível para ajudar os trabalhadores no que entenderem, acredita que, neste momento de aperto, compete a todos os cidadãos mostrar solidariedade com as pessoas que trabalham naquele grupo.

 

Assim, o SJ apela a todos os jornalistas que se associem à concentração pública que irá realizar-se na quarta-feira, dia 4 de dezembro, entre as 18 horas e as 21 horas, na Praça de Luís de Camões (também conhecida como Largo Camões, junto ao Chiado), em Lisboa. Uma jornada de consciencialização para a situação difícil que os trabalhadores e os títulos atravessam e que nos deve preocupar e importar a todos, enquanto jornalistas e, principalmente, como cidadãos.

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