Sindicato dos Jornalistas exige regularização urgente dos salários dos trabalhadores da TiN

A Sindicato dos Jornalistas exige que a regularização dos salários na Trust in News (TiN) seja feita o quanto antes. E relembra que os trabalhadores continuam a garantir a publicação de jornais e revistas com o equivalente a seis salários em atraso, uma situação absolutamente inadmissível e insustentável.

A Direção do Sindicato dos Jornalistas alerta, também, para a perda de trabalhadores a que a TiN tem estado sujeita, temendo que possa afetar as possibilidades de futuro dos títulos. Como sem jornalistas não há jornalismo, o SJ estará pronto para atuar perante qualquer proposta de reestruturação que implique a destruição de ainda mais postos de trabalho.

A assembleia de credores realizada na quarta-feira, 29, decidiu pela continuidade da Trust in News, que detém 17 títulos de imprensa, entre eles a VISÃO, Exame, Exame Informática e Jornal de Letras. A Segurança Social (SS) e a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), as principais credoras da empresa, viabilizaram a análise do plano de insolvência apresentado no final de dezembro pelo proprietário da TIN, Luís Delgado. No entanto, também poderão ser analisadas propostas que sejam apresentadas por credores com mais de 20% dos créditos ou pelo administrador de insolvência.

Após os votos favoráveis da Autoridade Tributária e da Segurança Social, o proprietário da Trust in News tem 30 dias para apresentar um plano de insolvência para a empresa, mas o SJ lembra que os salários dos trabalhadores já não podem esperar mais e desconfia da capacidade do proprietário em cumprir o que prometeu, dado o historial da gestão dos últimos anos e as dívidas acumuladas, em total desrespeito pelos trabalhadores.

Em face disto, o SJ não pode deixar de estar preocupado, lembrando que o acionista Luís Delgado se tinha comprometido com o administrador da insolvência a fazer uma injeção de capital para garantir o pagamento dos salários de dezembro antes da assembleia de credores. Não cumpriu, mas mesmo assim recebeu uma benesse estatal para tentar manter-se à frente da TiN, apesar de ter deixado a empresa cair na falência e os trabalhadores em risco de sobrevivência.

Como tal, o Sindicato dos Jornalistas exige que os salários de dezembro e janeiro sejam regularizados o quanto antes. Além disso, é da mais elementar justiça que também a totalidade dos salários de outubro e de novembro e a totalidade dos subsídios de férias e de natal sejam pagos. Os trabalhadores nunca deixaram de cumprir com as suas obrigações e o produto do seu trabalho foi o que garantiu à TiN chegar até aqui e ao administrador estar à beira de recuperar o controlo da empresa de que é proprietário.

O Sindicato dos Jornalistas continua ao lado dos trabalhadores da TiN na defesa dos seus postos de trabalho e de publicações essenciais no panorama jornalístico português, cada vez mais fragilizado devido à diminuição do pluralismo indispensável ao funcionamento de uma democracia saudável.

O Sindicato dos Jornalistas está disponível para apoiar os trabalhadores nas ações em defesa dos seus postos de trabalho e continua a acompanhar os seus associados através do apoio jurídico.

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