Shin Corp volta a adiar testemunhos

Alegando a falta de intérpretes adequados, os advogados da Shin Corp conseguiram impedir o tribunal de ouvir os testemunhos de peritos internacionais que se deslocaram de propósito a Banguecoque no âmbito do processo que opõe a empresa de comunicação detida pela família do primeiro-ministro tailandês à activista pela reforma dos média Supinya Klangnarong.

Este protelamento da audiência – obtido apesar da defesa de Supinya Klangnarong ter colocado ao dispor dois intérpretes registados junto do tribunal – motivou a desilusão e algumas críticas por parte da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), da Article 19 e da Aliança de Imprensa do Sudeste Asiático (SEAPA).

Tudo porque a nova audiência foi marcada para 30 de Agosto, o que tornou infrutífera a viagem que os peritos – oriundos do Canadá, das Filipinas e de Hong Kong – fizeram até à Tailândia.

“Posso tentar voltar, mas não dou certezas”, afirmou ao “The Nation” o canadiano Toby Mendel, director jurídico da Article 19, para quem este adiamento pode ter comprometido o direito de defesa da secretária-geral da Campaign for Popular Media Reform (CPMR).

Mais optimista é Roby Alampay, director-executivo da SEAPA, uma vez que “os peritos, Supinya e a sua defesa vão ser na mesma ouvidos em tribunal”, sendo apenas de lamentar que os tailandeses não tenham podido saber já por que razão processos de difamação criminal – como aquele que a activista tailandesa enfrenta – não devem existir numa sociedade democrática.

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