Serviço público deve estar no topo da agenda europeia

A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelou ao presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, para que coloque a defesa do serviço público no topo da agenda europeia, face às pressões e indefinições políticas que se verificam em Portugal, França, Espanha e Dinamarca.

“Em muitos estados europeus, as estações de serviço público enfrentam pressões intoleráveis e é vital que a União Europeia reitere o seu compromisso político com os valores do serviço público”, disse o secretário-geral da FIJ, Aidan White.

A intervenção da FIJ ocorre após uma greve de três semanas nas estações públicas francesas de rádio e televisão, que mobilizou 1.200 jornalistas, preocupados com o financiamento futuro do serviço público. Em Portugal, a preocupação com a indefinição do serviço público foi sublinhada nos plenários de Redacção da RTP e da RDP, nos quais foi decidida a adesão à greve de dia 10, convocada pelo Sindicato dos Jornalistas.

“Existe um desconforto crescente entre as associações sindicais de jornalistas e de outros profissionais dos média face às contradições do poder político. Os Governos não estão a garantir o financiamento adequado aos serviços públicos ou estão a realizar cortes inaceitáveis, o que se reflectirá inevitavelmente na qualidade das emissões”, afirma Aidan White, na carta enviada, a 12 de Dezembro, a Romano Prodi.

A FIJ propõe à União Europeia que promova acções de defesa do serviço público à escala de toda a união, o que daria melhores garantias de uma transição bem sucedida nos países do alargamento, onde as estações públicas não se libertaram ainda do controlo exercido pelo poder político.

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