O ministro da Informação da Tanzânia, George Mkuchika, anunciou a interdição, por 90 dias, da venda e distribuição do semanário de investigação “Kulikoni”, a partir de 11 de Janeiro, acusado de quebrar as leis de segurança do país depois de ter publicado um artigo sobre alegadas ilegalidades nos exames nacionais para as forças armadas.
A decisão foi tomada ao abrigo de uma lei de 1976 que permite ao ministro suspender directamente uma publicação sem consultar o Media Council, órgão independente de monitorização dos média.
De acordo com a imprensa local, a decisão foi politizada, uma vez que em Outubro de 2010 há eleições e o semanário “Kulikoni” é conhecido pelas críticas ao governo e por investigar frequentemente casos de corrupção. Neste caso, o governo alegou que a publicação lançou suspeitas sem as fundamentar devidamente.
“Apelamos ao ministro para levantar a suspensão de imediato e permitir que o Media Council chegue às suas próprias conclusões sobre o caso”, disse Tom Rhodes, coordenador do programa para África do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), recordando que já em Outubro de 2008 o “MwanaHalisi”, outro jornal de investigação, fora suspenso com base na mesma lei.