Sami al-Haj libertado após seis anos de detenção

O operador de câmara sudanês Sami al-Haj foi libertado a 1 de Maio da prisão militar dos Estados Unidos em Guantanamo após ter passado mais de seis anos preso sem que fosse acusado de qualquer crime específico.

Sami al-Haj foi capturado pelo exército paquistanês na fronteira afegã em Dezembro de 2001, quando trabalhava para a Al Jazeera, e entregue a tropas norte-americanas que o transferiram para Guantanamo em Junho de 2002. Segundo o seu advogado, Clive Stafford-Smith, na prisão militar o jornalista de 38 anos foi alegadamente forçado a confessar ligações entre a Al Jazeera e a Al Qaeda.

As autoridades norte-americanas só reconheceram que Sami al-Haj estava detido em Guantanamo em 2006. Pouco depois, a 7 de Janeiro de 2007, o jornalista iniciou uma greve de fome para protestar contra a detenção sem acusação formada e contra os interrogatórias e torturas regulares a que era sujeito e que lhe provocaram diversos problemas de saúde.

“Este caso simboliza a injustição e vitimização de jornalistas apenas por fazerem o seu trabalho. A detenção de Sami al-Haj foi ultrajante, a sua libertação há muito que deveria ter ocorrido e agora é tempo de ele receber a devida compensação pelos castigos que suportou”, afirmou Aidan White, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras (RSF), uma nota enviada pelo governo sudanês à administração dos EUA afirmava que, em troca da liberdade, Sami al-Haj seria impedido de voltar a trabalhar como jornalista e forçado a abandonar o Sudão.

De acordo com o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), nos últimos anos dez jornalistas foram detidos por períodos prolongados por tropas norte-americanas e libertados sem qualquer acusação. O CPJ lembra ainda o caso de Jawed Ahmad, jornalista ao serviço da Canadian Television no Iraque, que permanece detido sem acusação desde 26 de Outubro de 2007.

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