Salários de Maio atrasados na Rádio Capital

A Rádio Capital atrasou o pagamento dos ordenados de Maio e a vários trabalhadores entregou cheques sem provisão. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) e o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e do Audiovisual (STT) estão atentos à situação e exigem à empresa que reponha a legalidade..

Os ordenados na Rádio Capital não foram pagos a 31 de Maio, tendo os trabalhadores recebido como resposta que não se sabia nada sobre os vencimentos. Nesse dia, foram apenas pagos os casos considerados «mais urgentes», segundo um comunicado conjunto do SJ e do STT.

Na segunda-feira, 3 de Junho, os salários foram pagos em cheque, mas apenas conseguiram levantá-los os sete trabalhadores que foram ao banco nessa manhã. Houve nove funcionários que não os conseguiram levantar na tarde do mesmo dia. Entre os que depositaram os cheques, um já foi informado de que não tinha provisão.

A situação na Rádio Capital já levou a duas intervenções da Inspecção-Geral do Trabalho e é “completamente injustificável e inaceitável na medida em que a empresa a podia ter evitado”, afirmam as duas organizações sindicais.

O SJ e o STT estão ainda preocupados com o pagamento dos subsídios de férias e consideram indispensável que a Rádio Capital reponha a normalidade legal na empresa.

O texto integral do comunicado do SJ e do STT é o seguinte:

Comunicado

Rádio Capital paga com atraso e sem provisão

1. “O Sindicato dos Jornalistas (SJ) e o Sindicato dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (STT) estão a acompanhar com preocupação a situação dos trabalhadadores da Rádio Capital, parte dos quais não recebeu os vencimentos relativos ao mês de Maio.

2. “A situação, que já foi objecto de duas intervenções da Inspecção Geral do Trabalho, é completamente injustificável e inaceitável, na medida em que a Empresa a poderia ter evitado.

3. “Com efeito, os trabalhadores foram confrontados, na manhã da passada sexta-feira, dia 31, com a falta dos respectivos vencimentos, tendo obtido, num primeiro momento, a informação de que nada se sabia sobre os ordenados. Num segundo momento, foram disponibilizados pagamentos apenas às situações «mais urgentes», em função da alegada insuficiência de disponibilidades bancárias da empresa.

4. “Na passada segunda-feira, os trabalhadores receberam os salários em cheque, mas apenas uma parte deles – ou seja, os sete que acorreram ao banco ainda nesse período – conseguiu proceder ao seu levantamento, enquanto os nove que se dirigiram àquela instituição da parte da tarde foram confrontados com a falta de provisão para boa cobrança dos respectivos cheques.

5. “Por outro lado, do conjunto de trabalhadores que depositaram os respectivos cheques um já recebeu a informação do seu banco de que a operação bancária não fora aceite igualmente por falta de provisão.

6. “Os sindicatos, que consideram positiva a intervenção da IGT, não podem deixar de verberar a atitude da empresa, traduzida no atraso injustificado e prepotente na liquidação dos salários – que devem estar disponíveis sempre até ao último dia útil de cada mês – e no pagamento com recurso a cheques sem provisão, comportamento este passível, aliás, de procedimento criminal.

7. “O SJ e o STT manifestam também a sua apreensão relativamente ao não pagamento de subsídios de férias a trabalhadores que iniciaram ou estão em vias de encetar o gozo das mesmas, que também desconhecem quando tal retribuição será paga.

8. “Os sindicatos consideram indispensável que a Rádio Capital reponha a normalidade legal na sua relação com os trabalhadores que emprega, garantindo as suas obrigações para com estes e afirmando a sua credibilidade enquanto empresa.

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