Sala da censura tem reabertura simbólica esta sexta-feira

Durante três dias será projetada a obra “Censura: alguns cortes”, realizada por Manuel Mozos.

No âmbito do Abril em Lisboa, organizado pela EGEAC, reabre esta sexta-feira, de forma simbólica, a sala de projeção privada do antigo edifício da Rank Filmes, ao lado do cinema São Jorge, para exibição, durante três dias, da película “Censura: alguns cortes, realizada por Manuel Mozos, evento em que o Sindicato dos Jornalistas irá marcar presença.

Trata-se de um filme encomendado pela Cinemateca Portuguesa para assinalar os 25 anos da Revolução do 25 de abril. Num espaço onde terão sido visionados vários filmes pela Comissão de Censura aos Espetáculos – a partir de 1957 designada Comissão de Exame e Classificação dos Espetáculos – é apresentada uma obra que, de acordo com a organização, resulta daquela atividade. “Os 75 minutos do filme incluem cortes feitos pela censura a cerca de 50 fitas produzidas entre 1950
e 1972, que tiveram distribuição comercial em Portugal e foram conservadas pela Cinemateca”, indicam os organizadores.

Há excertos de filmes de Michelangelo Antonioni, Jean Renoir, Roberto Rossellini, Sacha Guitry ou da Disney “que,
através da montagem de Mozos ganham coerência, construindo uma nova narrativa. Os excertos cortados surgem misturados, sem referenciar os filmes originais, não tendo lugar qualquer distinção entre clássicos que ficaram para a história do cinema e fitas que não sobreviveram ao julgamento do tempo. Ao misturar filmes consagrados com outros desconhecidos,
Mozos mostra que a censura era um sistema totalitário capaz tanto de mutilar obras-primas como filmes esquecidos e considerados medíocres pela crítica”.

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