Rússia usa leis antipirataria para silenciar imprensa

As autoridades russas interpuseram mais de 20 processos criminais contra jornalistas e órgãos de comunicação nos últimos tempos, alegando desrespeito pelas leis de direitos de autor de programas informáticos.

Considerando que estes processos recorrem a uma pretensa preocupação com a pirataria para silenciar os média mais críticos do poder, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) apelou à Microsoft para que chegue a um acordo com os jornalistas da Rússia, país onde “mais de 90 por cento dos órgãos de comunicação usa software não licenciado”, devido ao elevado preço das licenças.

O Sindicato de Jornalistas Russo afirma que se a Microsoft fornecer software gratuito aos 3500 órgãos mais pobres do país e fizer descontos a três anos com os outros média o software tornar-se-á acessível às empresas de comunicação russas e ajudará a empresa a recuperar receitas que perde por a pirataria ser um problema endémico na Rússia.

“Este acordo só tem vantagens para o jornalismo e para a Microsoft. A Microsoft aumentará as suas receitas, protegerá o seu software licenciado e ajudará os média a combater as atenções indesejadas das autoridades que pretendem mais silenciar jornalistas problemáticos do que acabar com o escândalo da pirataria”, afirma Aidan White, secretário-geral da FIJ, em carta enviada a Steve Ballmer, CEO da empresa norte-americana.

Entre os órgãos que até ao momento foram visados por acções de apreensão de material informático das autoridades estão o semanário “Minuty Veka”, de São Petersburgo, e o “Novaya Gazeta” e o “Tollyatinskoye Obozrenie”, respectivamente de Samara e Tolyatti, cidades do Sul do país.

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