RTP e a RDP-África desagradam a governo de São Tomé e Príncipe

O governo de São Tomé e Príncipe acusa a RTP e a RDP-África de darem uma má imagem do país e pretende rever o acordo sobre as respectivas emissões. O Sindicato dos Jornalistas santomenses diz estar atento a eventuais acções para calar as estações.

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), no governo, acusa os dois órgãos de comunicação de darem má imagem do país e da classe política, tendo um grupo de deputados do partido no poder solicitado, na sessão parlamentar de 4 de Novembro, uma revisão do acordo sobre as emissões da RDP e da RTP-África em São Tomé e Príncipe.

Os dois órgãos têm vindo a denunciar vários casos de corrupção no arquipélago, sobretudo relacionados com o alegado uso indevido de um fundo de milhões de dólares de ajudas internacionais por parte de políticos são-tomenses. Este caso, relativo ao Gabinete Gestão de Ajudas, e diversos outros escândalos financeiros conduziram, em Setembro, à demissão da primeira-ministra Maria das Neves.

Em reacção à ameaça de silenciamento das estações, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Tomé e Príncipe (SJS), Ambrósio Quaresma, reiterou a sua confiança na RDP e na RTP-África, prometeu denunciar qualquer tentativa de intimidar os jornalistas e demonstrou preocupação com a possibilidade de jornalistas fiéis ao executivo serem colocados nas estações como forma de controlo.

Ambrósio Quaresma lembrou ainda que é através daqueles dois órgãos de difusão que os santomenses residentes e não residentes no arquipélago ficam a par de muitos factos que acontecem no país, alguns dos quais silenciados internamente.

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