RSF contabiliza 81 jornalistas assassinados em 2006

Durante o ano de 2006 foram mortos 81 jornalistas e 31 outros profissionais dos média, revelou a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que acrescentou ainda às suas contas relativas ao ano que findou mais 56 raptos, 912 órgãos de comunicação censurados e 1472 jornalistas atacados ou ameaçados.

Em todos os itens, excepto no dos órgãos de comunicação censurados, os valores foram claramente superiores aos de 2005, o que tornou 2006 no pior ano para o exercício do jornalismo no mundo desde 1994.

Segundo a RSF, 1994 continua a ser o ano mais negro, com a morte de 103 jornalistas, dos quais metade no genocídio do Ruanda, cerca de 20 na guerra civil argelina e uma dúzia no conflito armado que afectou a ex-Jugoslávia.

Em 2006, o Iraque foi pelo quarto ano consecutivo o local mais perigoso para o exercício da profissão, com 64 jornalistas e profissionais dos média mortos, na sua esmagadora maioria iraquianos.

O segundo país mais perigoso foi o México, com nove mortos (sobretudo devido a investigações sobre narcotráfico), seguido pelas Filipinas, onde seis jornalistas foram assassinados em virtude do seu trabalho. Na Europa, a RSF destacou o assassinato de três jornalistas na Rússia, entre os quais a mediática Anna Politkovskaya.

Perante a mediatização dos sequestros de jornalistas em virtude de casos como os do italiano Enzo Baldoni (sequestrado e executado em 2004) e da francesa Florence Aubenas (feita refém em 2005), a RSF registou pela primeira vez em 2006 o número de jornalistas raptados em todo o mundo, descobrindo que o Iraque e a Faixa de Gaza foram as regiões mais perigosas neste campo, com 17 e 6 casos, respectivamente.

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