RSF condena fecho da Rádio Bombolom

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) escreveu uma carta de protesto ao Presidente da Guiné-Bissau, Kumba Yalá, condenando a decisão de encerrar definitivamente a Rádio Bombolom, a dois meses das eleições.

O Governo de Bissau retirou definitivamente a licença de emissão à Rádio Bombolom, em 27 de Fevereiro. A rádio já não emitia desde dia 13, altura em que foi suspensa “por um período indeterminado”, após um dirigente da oposição ter criticado Kumba Yalá em antena.

“Hoje, o Governo encerrou para sempre uma dos vozes mais críticas dos média”, afirmou o secretário-geral da RSF, na carta enviada, no dia 27, a Kumba Yalá. “Esta situação é particularmente preocupante para o futuro do pluralismo informativo na Guiné-Bissau, por ocorrer apenas a dois meses das eleições gerais”, afirma Robert Ménard, para quem a situação tem vindo a degradar-se desde a expulsão do delegado da RTP, em Dezembro de 2002.

A RSF exigiu a Kumba Yalá que a Bombolom volte a emitir o mais rapidamente possível. Mas o Governo afirma que falta “profissionalismo”, “rigor” e “objectividade” à rádio, que foi acusada de transmitir “notícias falsas que ameaçam a soberania nacional e a estabilidade do país” pelo secretário de Estado da Informação, João Manuel Gomes.

Kumba Yalá foi denunciado como um dos 23 “cancros” da liberdade de informação no continente africano, numa manifestação da RSF durante a cimeira França-África, no dia 20, em Paris.

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