Resolução da ONU em defesa dos jornalistas aprovada “numa altura crítica”

A Resolução 1738 (2006) recentemente aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas é “um passo vital para responder à espiral de mortes” que afecta os jornalistas que cobrem conflitos e “não podia vir numa altura mais crítica”, considerou o director do Instituto Internacional para a Segurança da Imprensa (INSI), Rodney Pinder, aludindo ao facto de 2006 ter sido o ano mais mortífero de sempre para a classe.

De acordo com dados recolhidos pelo INSI até 21 de Dezembro, 147 jornalistas ou profissionais dos média foram assassinados em todo o mundo desde 1 de Janeiro de 2006, sendo geralmente os jornalistas locais os mais sacrificados.

Rodney Pinder destacou ainda que a Resolução 1738 (2006) se baseou parcialmente numa proposta escrita pelo INSI, pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) e pela União Europeia de Radiodifusão (UER), organizações que desde 2004 fazem campanha em prol da segurança dos jornalistas em zonas de conflito armado.

A propósito da iniciativa, o INSI relembrou que, embora o assunto tivesse sido abordado ao longo dos anos por agências das Nações Unidas como a UNESCO, esta foi a primeira vez que o Conselho de Segurança, um dos órgãos principais da ONU, debateu e aprovou por unanimidade uma resolução sobre o tema.

Pôr a resolução em prática na Somália

Aproveitando a aprovação desta resolução a 23 de Dezembro, a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Sindicato Nacional de Jornalistas Somalis (NUSOJ) apelaram às partes em conflito na Somália para que a pusessem em prática, respeitando o trabalho dos jornalistas que cobrem os confrontos entre tropas leais ao governo reconhecido pela comunidade internacional e combatentes armados afectos aos Tribunais Islâmicos.

As duas organizações de defesa da liberdade de imprensa pretendem que as partes em conflito, sobretudo o governo transitório que aparentemente controla quase todo o país, se comprometam a proteger o trabalho dos jornalistas, a garantir o pluralismo mediático na Somália, a facilitar o acesso à informação e a dialogar preferencialmente com as organizações da classe em caso de disputas que envolvam a imprensa.

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