Anton Kasipovic, vice-presidente da República Srpska, uma das duas regiões em que está dividida a Bósnia-Herzegovina, anunciou a 12 de Janeiro um boicote à emissora pública nacional BHT 1 por esta não ter dado a devida relevância ao “Dia da República Srpska”, celebrado a 9 de Janeiro, e ter tratado políticos sérvios-bósnios de forma injusta em dois dos seus programas.
Inicialmente o boicote limitava-se a pedidos de entrevistas, mas entretanto foi alargado à recusa de acesso de jornalistas da BHT 1 a conferências de imprensa do governo em Banja Luka, capital de facto desta região da Bósnia também conhecida como República Sérvia.
Esta atitude foi considerada pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) como “um ataque directo à independência da emissora pública e à sua capacidade de cobrir temas políticos”.
A FIJ criticou ainda o Conselho de Administração da BHT 1 por ter reagido “tarde demais” a esta interferência política externa, pois em vez de criticar publicamente o sucedido, este optou inicialmente por substituir o director-geral Drago Maric por Mehmed Agovic, o qual ordenou o despedimento do director de programas da BHT 1, Milan Trivic.