Repórteres Sem Fronteiras atribui prémios de 2005

O jornalista chinês Zhao Yan, a estação televisiva afegã Tolo TV, o Sindicato Nacional de Jornalistas Somalis e o sírio Massoud Hamid foram os vencedores da edição 2005 dos Prémios Repórteres Sem Fronteiras (RSF) – Fundação de França.

Zhao Yan, ex-repórter da revista “China Reform” e investigador ao serviço do diário “New York Times” em Pequim, vencedor na categoria “Jornalista”, está preso desde 17 de Setembro de 2004 – e em risco de ser condenado à pena de morte – por alegada divulgação de segredos de Estado.

Os outros nomeados na mesma categoria eram o colombiano Daniel Coronell, o cubano Hector Fernando Maseda Gutiérrez, o iraniano Akbar Ganji e o uzbeque Tulkin Karaev.

A distinção para os órgãos de comunicação que são um exemplo da luta pelo direito a informar e a ser informado, foi para a Tolo TV, do grupo afegão-australiano Moby Capital Partners, que emite notícias “muito independentes”, segundo a RSF, e já foi ameaçada de encerramento pelas autoridades religiosas.

Os outros finalistas foram a estação de rádio e televisão birmanesa Democratic Voice of Burma, sediada na Noruega, e o jornal Serambi Indonesia, que cobre a província de Aceh e demonstrou grande independência editorial após o tsunami do final de 2004.

O Sindicato Nacional de Jornalistas Somalis (NUSOJ), que desde 2002 defende a liberdade de imprensa e os profissionais da comunicação num país devastado pela guerra civil, foi distinguido com o galardão “Defensor da liberdade de imprensa”.

Os outros candidatos ao prémio eram o movimento nepalês Save Independent Radio e a cidadã filipina Gemma Damalerio, viúva do jornalista Edgar Damalerio, cuja luta contra a impunidade e pela justiça foi determinante para a prisão, em Maio de 2002, do assassino de Damalerio.

Quanto ao estudante de jornalismo Massoud Hamid, arrebatou o prémio RSF para ciberdissidentes. Hamid foi a primeira pessoa a enviar para o estrangeiro fotografias de uma manifestação pró-curda na Síria, e está desde 10 de Outubro de 2004 a cumprir uma pena de três anos de prisão, tendo sido torturado várias vezes.

O iraniano Mojtaba Saminejad, condenado a dois anos de prisão por criticar a prisão de outros cibernautas e insultar o guia religioso do país, e o vietnamita Pham Hong Son, médico que em Março de 2002 foi condenado a cinco anos de prisão e três de prisão domiciliária, foram os outros finalistas nesta categoria.

Os prémios foram escolhidos por um júri composto por mais de 30 personalidades e cada uma das distinções vale 2500 euros, sendo o seu objectivo alertar as pessoas para a multiplicidade de ataques ao direito de informar o público e de ser informado e para a necessidade de apoiar activamente a liberdade de imprensa.

Partilhe