O comportamento da polícia da capital chinesa para com jornalistas de Hong Kong em vésperas dos Jogos Olímpicos tem desagradado à Associação de Jornalistas de Hong Kong (HKJA) e à Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Entre os casos criticados por ambas as organizações está um que envolve o repórter C.M. Yeung, da Now TV, que a 24 de Julho foi agredido por populares quando filmava uma discussão entre pessoas que esperavam na fila para comprar bilhetes para os Jogos e que, em vez de ser ajudado pelos agentes na área, foi instado a eliminar todas as filmagens do incidente e a assinar uma declaração em como o assunto estava encerrado.

De acordo com Melanie Chau, jornalista da Now TV também presente no local, os profissionais dos média recusaram assinar a declaração e, no dia seguinte, C.M. Yeung foi alegadamente puxado de uma escada pelo mesmo contingente policial, enquanto tentava filmar discussões nas filas para compra de bilhetes.

Outro incidente que mereceu reparos das duas organizações teve lugar a 25 de Julho e envolveu F.C. Law, da Cable News TV, agarrado pela polícia e atirado para o chão, sofrendo ferimentos no pescoço. Um operador de câmara da TVB que tentou filmar a escaramuça viu as suas filmagens confiscadas pelas autoridades, enquanto o fotógrafo Felix Wong, do “South China Morning Post”, foi detido pelas autoridades.

A escaramuça teve início depois de a polícia ter dito aos jornalistas que estes tinham saído da área de reportagem autorizada, o que segundo os repórteres terá acontecido apenas porque a polícia estava sempre a mudar os limites do local, situação que confundiu os profissionais dos média.

“Estes actos agressivos para com jornalistas de Hong Kong mostram total desrespeito pelas Regras sobre Actividades de Reportagem, nas quais a China promete dar liberdade total aos jornalistas para cobrir os Jogos Olímpicos”, sublinha a FIJ, instando as autoridades a tomar medidas imediatas para impedir que a polícia continue a ter estas atitudes para com os membros da imprensa.