Kamal Hossain, repórter de 32 anos do diário “Ajker Kagoj”, foi raptado e assassinado a 22 de Agosto por homens mascarados, que entraram na sua casa na noite de 21 e, para capturar o jornalista, que se tinha escondido, ameaçaram matar o seu filho de dois anos.

Segundo a mulher, Kamal Hossain estava a investigar casos relacionados com o crime organizado, tinha recebido ameaças de morte recentemente e, dias antes de ser assassinado, ajudou a polícia a identificar alguns elementos de gangues.

O corpo do jornalista foi encontrado pela polícia a dois quilómetros de casa, poucas horas depois do rapto.

Este caso motivou a indignação da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), que destacou igualmente os ferimentos provocados a mais de cinco jornalistas por um ataque com granadas, a 21 de Agosto, num comício de um partido da oposição, e as ameaças continuadas contra o diário “Prothom Alo”, desde 18 de Agosto.

As ameaças são feitas por organizações islamistas, que exigem a proibição do jornal e a prisão do editor e do dono do “Prothom Alo”, que entre 14 e 18 de Agosto se tornou o primeiro jornal do Bangladesh a publicar um conjunto de peças de investigação sobre as actividades de militantes islamistas no país.

A FIJ considera que o silêncio do governo do Bangladesh acerca destes ataques ao “Prothom Alo” não é um sinal encorajador para o jornalismo de investigação sem medos, e exige que as autoridades chame à justiça os responsáveis pelas ameaças à publicação.