Repórter instado a entregar vídeos de protestos anti-guerra

O repórter Martin Conlisk recebeu ordens de um magistrado federal de Chicago, nos EUA, para entregar todos os vídeos que fizera de protestos anti-guerra entre 2003 e 2005, devido a um processo instaurado por um homem detido durante uma dessas manifestações.

O queixoso, Andy Thayer, processou a autarquia em 2007, alegando que os seus direitos constitucionais foram violados pela detenção e dizendo que a política local de enviar polícias com equipamento anti-motim para protestos era uma forma de suprimir a liberdade de expressão.

Tendo testemunhado no julgamento por conduta desordeira de Thayer em virtude de estar a filmar no dia em que este foi preso, Martin Conlisk foi inicialmente instado a apresentar todas as cassetes e material que tivesse sobre os protestos anti-guerra em Chicago desde Março de 2003 até ao presente, incluindo tudo o que tivesse no disco rígido do seu computador, bem como a testemunhar acerca de cada gravação.

O repórter alegou que o pedido era excessivo e representava uma intrusão no produto do seu trabalho que teria consequências na sua credibilidade profissional, argumento que não colheu junto do tribunal, que o considerou uma tentativa de impor um privilégio de protecção do sigilo profissional que não é reconhecido a nível federal.

O tribunal considerou ainda a intimação como relevante para ajudar a determinar qual a prática mais frequente da polícia local, uma vez que Conlisk documentou muitos dos protestos na cidade ao longo dos anos. As únicas alterações ao pedido inicial foram a redução do período abrangido pelas cassetes, que foram só até ao dia em que Thayer foi detido em 2005, e a retirada da obrigatoriedade de apresentar o disco rígido.

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