Um relatório da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) e do Comissário Temporário para os Média no Kosovo alega que foi a cobertura mediática das tensões entre sérvios e albaneses que levou aos violentos confrontos e às várias mortes ocorridos em Março de 2004.
Esta acusação foi contestada pela Associação de Jornalistas Profissionais do Kosovo e pela Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), a qual considera que o relatório não é convincente e não apresenta provas de tentativas sistemáticas de distorção das notícias e incitação à violência.
Reconhecendo que houve falhas dos jornalistas kosovares na cobertura de algumas notícias, a FIJ considera porém que tal não justifica o apontar de dedo aos jornalistas pela violência.
“Parece que os políticos querem desresponsabilizar-se das suas políticas e acções, que são as raízes da violência”, afirmou o secretário-geral da FIJ, Aidan White, acrescentando que o apoio do representante para a Liberdade de Imprensa da OSCE, Miklos Haraszti, a este relatório, se arrisca a provocar grandes estragos na situação da imprensa nos países da OSCE.
“Jornalistas da Bielorússia ao Azerbaijão e da Ucrânia ao Cazaquistão são constantemente alvo de regimes autoritários que os usam como bodes expiatórios para políticas falhadas. Estes regimes poderão sentir-se confortados por ver que a OSCE partilha as suas preocupações”, alertou Aidan White.