Relatório da Fenaj denuncia violência no Brasil

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), por meio de sua Comissão Nacional de Direitos Humanos, denuncia as perseguições, ameaças e agressões contra jornalistas no Brasil, no seu relatório de 2005 intitulado “Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil”.

O relatório aponta 64 casos de violência contra jornalistas ocorridos em 2005, divididos em 9 categorias: assassinatos, que relatam os casos de morte de dois profissionais que trabalhavam para empresas jornalísticas; ferimentos em cobertura de risco; agressões física e verbal; ameaças, identificadas ou não, sofridas pelos jornalistas durante o exercício da profissão; prisão e tortura; censura, não envolvendo acções judiciais; atentados contra o património de empresas e profissionais; assédio judicial para censurar ou impedir a divulgação de informações na imprensa; e desrespeito do sigilo profissional, direito constitucionalmente consagrado.

Jornalista espancado até à morte

Ajuricaba Monassa de Paula, jornalista brasileiro de 73 anos, foi espancado até à morte pelo vereador Oswaldo Vivas, um perito em artes marciais, na cidade de Guapimirim, no Estado do Rio de Janeiro, a 24 de Julho. Manifestando o seu profundo repúdio pelo ocorrido, o director-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), Ko´chir o Matsuura, considerou que “tal crime não pode ser tolerado numa sociedade democrática”.

“Espancar um jornalista até à morte é um fraco sucedâneo para a espécie de debate democrático que pode ser criado pela comunicação livre e independente “, disse Ko´chiro Matsuura, sublinhando que “recorrer à violência para amordaçar opiniões diferentes é uma violação inaceitável do direito humano à liberdade de expressão”.

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