Rapto de jornalista irlandês no Iraque

O jornalista irlandês Rory Carroll foi raptado a 19 de Outubro por um grupo de homens armados em Bagdade, depois de ter entrevistado uma vítima do regime de Saddam Hussein, no âmbito de um artigo que estava a preparar para o primeiro dia de julgamento do antigo ditador iraquiano.

O repórter de 33 anos, ao serviço do “The Guardian”, foi abordado pelos sequestradores à saída da casa onde efectuou a entrevista, quando seguia na companhia de dois motoristas e um tradutor.

Os raptores obrigaram Rory Carroll e um dos motoristas a entrar em viaturas, tendo libertado este último vinte minutos mais tarde. No entanto, até ao momento, não há notícias sobre o paradeiro do repórter irlandês que há nove meses se voluntariou para ir para o Iraque ao serviço do “The Guardian”, depois de ter trabalhado como correspondente em Joanesburgo, na África do Sul, durante alguns anos.

O rapto do jornalista mereceu as reacções do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), da Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), tendo esta última instado todos os grupos de comunicação e jornalistas no Iraque a apoiarem os esforços para encontrar o camarada de profissão.

Para a FIJ, o “rapto de Carroll é mais uma prova dos perigos que todos os jornalistas no Iraque enfrentam”, e que tem levado muitas empresas a recorrer a profissionais locais ou freelancers para reunir informação, protegendo os seus trabalhadores.

Numa crítica clara aos responsáveis políticos que defendem que o Iraque já vive em democracia, a FIJ afirma que “enquanto os jornalistas, estrangeiros ou iraquianos, não se puderem movimentar livremente e enfrentarem intimidações e ameaças é completamente absurdo falar em processo democrático credível no Iraque”.

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