A Radio Publique Africaine (RPA) e a agência noticiosa Net-Press foram suspensas a 11 de Fevereiro pelo Conselho Nacional de Comunicação (CNC) do Burundi, a primeira acusada de violar as leis de imprensa do país e a segunda na sequência de queixas de difamação.
A suspensão da RPA durou dois dias e deveu-se a “múltiplas violações das leis de imprensa do país”, incluindo “ofensa à moral”, por noticiar a violação de uma menina de oito anos, e ameaça à segurança pública, por “deformar” as palavras do ex-presidente Jean-Baptiste Bagaza.
No entanto, o director da RPA, Alexis Sinduhije, diz que o objectivo da suspensão foi intimidar a rádio, que tem transmitido debates e editoriais críticos acerca do processo eleitoral em curso no país, que tem eleições marcadas para Abril.
Quanto à suspensão da Net-Press, só será levantada a 18 de Fevereiro e deveu-se a dois artigos alegadamente difamatórios: um sobre o desvio de ajuda humanitária por parte do chefe do Comité Nacional para a Reabilitação das Vítimas da Guerra e um editorial acusando o presidente da Assembleia Nacional, Jean Minani, de ser preguiçoso e impróprio para concorrer à presidência do Burundi como candidato do principal partido hutu, como se prevê que venha a acontecer.