Quinze jornalistas continuam presos na Eritreia

O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) exigiu que a Eritreia revelasse qual a situação dos 15 jornalistas que estão presos desde há quatro anos, altura em que o governo tentou silenciar a todo o custo a comunicação social privada e independente.

“A Eritreia é o único país da África subsaariana que não permite média privados, privando todos os seus cidadãos do direito básico à liberdade de expressão. O seu historial de liberdade de imprensa é uma vergonha”, afirmou Ann Cooper, directora-executiva do CPJ.

De acordo com a organização, uma dezena de jornalistas desapareceu virtualmente desde 18 de Setembro de 2001, pouco antes da data prevista para umas eleições gerais que nunca se chegaram a realizar.

Desde então, o governo não tem divulgado quaisquer informações sobre os jornalistas e nem os familiares conseguem saber o que se passa com os detidos, acusados de crimes que vão da ameaça à segurança nacional até à fuga ao serviço militar.

Entre os dez detidos a 18 de Setembro de 2001 ou nos dias seguintes estão jornalistas como Dawit Isaac, que também possui nacionalidade sueca, e Fesshaye “Joshua” Yohannes, receptor do Prémio Internacional de Liberdade de Imprensa do CPJ em 2002.

Além destes dez jornalistas, na sua maioria encarcerados em prisões secretas, o CPJ pretende saber o que aconteceu a três profissionais presos antes de 18 de Setembro de 2001 – Zemenfes Haile e Ghebrehiwet Keleta, do semanário “Tsigenay”, e Selamyinghes Beyene, do “Meqaleh” – e a dois outros detidos em 2002 – Hamid Mohammed Said, da estação de televisão estatal, e Saleh Aljezeeri, da rádio estatal.

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