A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ) consideram as Filipinas como um dos países mais perigosos para o exercício do jornalismo, dado que desde 1986 o número de jornalistas assassinados ronda as quatro dezenas, tendo esta semana sido morto mais um profissional.
A 2 de Setembro, a polícia anunciou ter descoberto o corpo de Rico Ramirez a 20 de Agosto em San Francisco, uma cidade na ilha de Mindanau, mas não deu qualquer explicação pela demora de duas semanas em revelar o caso.
Rico Ramirez, jornalista da estação de rádio dzSF, foi baleado mortalmente por dois homens perto da estação ferroviária de San Francisco, aparentemente como represália pelas suas críticas recentes contra o crime organizado e o tráfico de droga na região.
Esta morte segue-se à de Noel Villarante, morto à porta de casa, na província de Laguna, a 19 de Agosto por denúncias semelhantes. Apesar da polícia ter detido um suspeito, jornalistas locais dizem que o processo não está a decorrer de forma imparcial.
Além destes dois casos, há ainda a registar a morte de Bonifacio Gregorio, do semanário local “Dyaryo Banat”, John Villanueva, da rádio dzGB-AM, e Apolinario “Polly” Podeba, da estação radiofónica dwTI-AM.
O facto das mortes corridas desde 1986 nunca terem sido judicialmente resolvidas, criando um clima de impunidade, levou já há formação do Freedom Fund for Filipino Journalists, que visa, entre outros objectivos, proteger os jornalistas ameaçados e apoiar as famílias dos profissionais que morrem no âmbito ou na sequência do exercício da profissão.