Antigos paramilitares guatemaltecos raptaram, a 26 de Outubro, quatro jornalistas do diário “Prensa Libre”, perto de La Libertad, na província de Huehuetenango, 325 quilómetros a oeste da capital da Guatemala.
Após negociações dos raptores com o governo, os repórteres Fredy López e Alberto Ramírez, e os fotógrafos Emerson Díaz e Mario Linares foram libertados a 28 de Outubro. O sequestro visou pressionar o governo a pagar pelo apoio prestado pelos paramilitares às autoridades durante a guerra civil de 1960-1996.
O pagamento aos paramilitares é contestado pela comunidade internacional e por organizações de direitos humanos, que condenam o facto de responsáveis por inúmeras mortes estarem a ser compensados pelos crimes cometidos, antes mesmo dos familiares das vítimas serem indemnizados.
No dia anterior à libertação dos reféns, cerca de 100 jornalistas manifestaram-se à porta do parlamento e do palácio presidencial para protestar contra o rapto dos colegas.
O sequestro mereceu igualmente a condenação da Associação de Imprensa Interamericana (IAPA), do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), dos Jornalistas Contra a Corrupção (PFC) e da Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que lembraram que este ano tem sido particularmente mau para a liberdade de imprensa na Guatemala.
Em 2003 registaram-se mais de 60 casos de ameaças contra trabalhadores da comunicação social, a que se juntou ainda a morte de Hector Ramírez, jornalista da Radio Sonora, que sofreu um ataque cardíaco a 24 de Julho quando era perseguido pelas ruas da capital por apoiantes do candidato presidencial Efraín Ríos Montt que constestavam uma lei que impedia o general e ex-ditador de se apresentar a sufrágio.