Quarto jornalista morto nas Filipinas este ano

A morte do jornalista de rádio Noel Villarante, no passado 19, motivou uma tomada de posição da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) e do Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), que se mostram preocupados com os sucessívos assassinatos de jornalistas nas Filipinas.

Noel Villarante, o quarto jornalista morto este ano nas Filipinas, terá sido assassinado após um trabalho em que denunciava casos de corrupção e jogo ilegal, e a RSF lamenta que a impunidade de que gozam os mandantes deste tipo de crimes funcione como incentivo.

Face a esta situação, e tendo em conta que nas Filipinas foram mortos 40 jornalistas desde 1986, a RSF instou o governo filipino a avançar com um programa de protecção a jornalistas ameaçados, à semelhança do que foi colocado em prática na Colômbia.

Joel Villarante, da estação de rádio DZJV, foi baleado mortalmente em Santa Cruz, na província de Laguna, 70 quilómetros a sudoeste de Manila, tendo o primeiro tiro sido disparado quando o jornalista se encontrava no exterior da sua residência. Um segundo atirador voltou a disparar para impedir a família de remover o jornalista ferido para o conduzir ao hospital, enquanto o primeiro baleou novamente Joel Villarante, enquanto este estava caído no chão.

O jornalista, de 32 anos, escrevia também para o jornal local “Laguna Score” e tinha criticado recentemente as autoridades regionais por corrupção, além de ter denunciado casos de jogo ilegal. De acordo com a esposa de Joel Villarante, poucos dias antes de ser assassinado, o jornalista falara ao telefone com pelo menos dois membros do conselho regional, tendo-lhes dito: “Não se trata de nada pessoal, é apenas trabalho”.

Este ano foram já mortos nas Filipinas os jornalistas John Villanueva, da rádio dzGB-AM, a 28 de Abril, Apolinario “Polly” Podeba, da estação dwTI-AM, a 17 de Maio, e Bonifacio Gregorio, do semanário local “Dyaryo Banat”, a 8 de Junho.

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