Protesto pelo fim da edição impressa do “JB”

Duas centenas pessoas protestaram a 31 de Agosto contra o fim da edição impressa do “Jornal do Brasil”, título fundado em 1891 e que a partir de hoje passa a ser publicado unicamente na Internet.

A manifestação, na qual participaram jornalistas, a maioria ex-trabalhadores no jornal recentemente despedidos e com créditos da empresa por receber, bem como leitores, realizou-se na Cinelândia, praça histórica no centro do Rio de Janeiro, tendo sido organizada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ).

Durante a concentração, a presidente do SJPMRJ, Suzana Blass, criticou a decisão da empresa de extinguir a edição do “JB” em papel e contestou a redução substancial dos quadros do jornal, que ameaça a sua sobrevivência também na versão digital.

Apesar de a empresa ter informado que uma centena de profissionais vai trabalhar no jornal, a redacção foi reduzida praticamente a 25, segundo o SJPMRJ. Nos últimos 30 dias, pelo menos outros tantos foram demitidos ou pediram para sair por não acreditarem na recuperação do jornal.

“O jornalismo on-line é uma incógnita e a tendência é para que fracasse se for produzido por apenas 20 ou 30 profissionais, sem nenhuma estrutura, como todos imaginamos que vai acontecer”, advertiu Suzana Blass, citada no sítio da organização.

Citado pela imprensa, nomeadamente na edição electrónica “Correio 24 Horas”, o administrador do “JB” Humberto Tanure tinha garantido que a redacção deverá ser mantida e até poderá crescer.

Na última edição impressa, a empresa justificou a migração para o formato digital como resultado da evolução da comunicação social, para conter custos económicos e até por questões ecológicas, ao evitar o derrube de árvores para fabrico de papel.

Inconformado com a decisão, o Sindicato convocou para o final deste mês um seminário para discutir o valor e o futuro do do “JB” como “bem público”, convidando especialistas em na área do património histórico e cultural.

Nos primeiros 15 dias, o acesso ao conteúdo do jornal digital será gratuito, passando a ser cobrada uma mensalidade de 9,90 reais (4,50 euros) para aceder à informação após esse período.

(Notícia actualizada em 2/9/10)

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