Ao tomar conhecimento da detenção, sem mandato judicial, de dois jornalistas do «Diário de Bissau», Athizar Mendes e João de Barros, posteriormente libertados mas aguardando julgamento por delito se opinião, o Sindicato dos Jornalistas exarou um protesto junto do embaixador em Lisboa da República da Guiné-Bissau.
A Direcção do Sindicato dos Jornalistas recebeu com apreensão a notícia de que o jornalista Athizar Mendes, redactor do “Diário de Bissau”, e do director do mesmo diário, João de Barros, foram detidos sem qualquer mandado judicial na segunda-feira passada e conduzidos ao Tribunal para darem explicações sobre as acusações de alegada corrupção contra o Presidente da República e alguns membros do Governo. Posteriormente, os jornalistas terão sido libertados, aguardando julgamento por delito de opinião, dado não haver qualquer queixa interposta pelos visados.
O Sindicato dos Jornalistas considera que esta actuação das autoridades da Guiné-Bissau constitui um acto de clara intimidação e prepotência contra jornalistas, no exercício da sua profissão, pondo em causa a liberdade de expressão e o direito à informação, valores essenciais num regime democrático, e representa ainda um atentado à dignidade de ambos.
Assim, no exercício da sua indeclinável obrigação de defender o livre exercício da profissão e da liberdade de informação, inclusivamente ao nível das relações internacionais, o Sindicato dos Jornalistas de Portugal apresenta a Vossa Excelência o seu enérgico protesto por esta atitude das autoridades da Guiné-Bissau.
