Protesto de jornalistas no aniversário do ataque ao Hotel Palestina

Cartas de protesto e petições a exigir respostas verdadeiras ao ataque ao Hotel Palestina, assinadas por milhares de jornalistas, foram entregues em embaixadas dos Estados Unidos de várias capitais mundiais por sindicatos e associações filiados na Federação Internacional de Jornalistas (FIJ).

Deste modo, a FIJ assinalou um dia de luto e de luta pelo primeiro aniversário do ataque norte-americano ao Hotel Palestina, em Bagdade, acção militar que provocou a morte aos jornalistas Taras Protsiuk, da agência Reuters, e José Couso, operador de câmara da estação de televisão espanhola Telecinco.

“Este é um protesto contra o secretismo e a impunidade, mas acima de tudo é uma exigência de justiça em prol das famílias, amigos e colegas dos que morreram. Eles têm o direito de saber a verdade”, afirmou o secretário-geral da organização, Aidan White.

Para o dirigente da FIJ, o ataque ao Hotel Palestina tomou contornos ainda mais vergonhosos devido à desinformação norte-americana posta a circular após o acontecimento, transformando-se num símbolo da “noção de impunidade que caracteriza o tratamento oficial dos jornalistas no Iraque”.

A organização publicou um relatório detalhado – “Justice Denied on the Road to Baghdad” – onde sublinhava a insatisfação no seio da classe acerca do falhanço dos Estados Unidos em investigar devidamente os incidentes em que morreram jornalistas e solicitava novas regras internacionais para proteger estes profissionais e investigar casos semelhantes.

Desde o início das hostilidades, em Março de 2003, a FIJ já contabilizou sete jornalistas mortos por “fogo amigo” das tropas norte-americanas no Iraque: Tareq Ayoub, da Al-Jazeera; Mazen Dana, da Reuters; Terry Lloyd, da ITN, e os seus colegas Fred Nérac e Hussein Osman, cujos corpos continuam desaparecidos; e Ali Abdel Aziz e Ali al-Khatib, profissionais da Al-Arabiya mortos no mês passado.

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