Protesto contra ataques a jornalistas filipinos

Cerca de três dezenas de organizações internacionais subscreveram um apelo ao governo das Filipinas para que ponha cobro à violência contra os profissionais dos média no país. Desde 1986, data da restauração da democracia, foram assassinados 44 jornalistas e dezenas de outros ficaram feridos.

O documento foi apresentado na 11ª Assembleia-geral do International Freedom of Expression eXchange (IFEX), que decorreu em Baku, no Azerbeijão, entre 13 e 18 de Junho.

De acordo com o texto, os jornalistas foram assassinados, na sua maioria, devido às suas reportagens sobre corrupção, tendo sete dessas mortes ocorrido em 2003 e uma já em Fevereiro deste ano. Posteriormente, a 9 de Junho, um jornalista de rádio, Cirse Torralba, da província de Cebu, escapou por pouco a uma tentativa de assassinato, quando desconhecidos dispararam sobre ele.

Os subscritores do documento apelam ao Governo das Filipinas para que exerça o seu poder no sentido de pôr fim ao clima de impunidade que permite que estes crimes continuem a ter lugar e sublinha que, lamentavelmente, nenhum dos assassinos dos jornalistas foi detido ou presente a tribunal.

O caso de Edgar Damalerio, editor de imprensa escrita e comentador radiofónico morto em 2002 é apresentado como um exemplo dessa impunidade, uma vez que o principal suspeito, um polícia retirado, conseguiu escapar antes do mandado de captura ser emitido, apesar de haver testemunhas que identificaram o homicida.

O texto – que lança um repto às associações de profissionais dos média para que se unam e pressionem os governos dos seus países a actuar para impedir que os jornalistas trabalhem sob ameaça – foi assinado por quase três dezenas de organizações, entre as quais se contam o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), o Comité para a Liberdade de Imprensa (WPFC) e a Freedom House.

Partilhe