Protecção das fontes ameaçada no Ruanda

O ministro do Interior do Ruanda, Sheikh Musa Fazil Harerimana, acusou a 9 de Setembro a imprensa privada do país de prejudicar o governo e ameaçou forçar os jornalistas a revelar as suas fontes, noticiaram órgãos locais.

Segundo o Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ), o diário pró-governamental “New Times” publicou declarações de Harerinama em que este diz que “se um jornalista escrever uma história citando uma carta que foi contrabandeada, ele também é passível de ser castigado. E para não ser processado, o jornalista tem de nos dizer quem lhe deu a carta”.

O caso estará relacionado com um artigo de Julho do semanário “Umuseso”, no qual foram citados documentos oficiais relacionados com um escândalo de pagamentos envolvendo forças de manutenção de paz ruandesas que serviram no Darfur.

“O governo precisa de reconhecer que a imprensa não pode desempenhar o seu papel de cão de guarda sem recorrer a fontes confidenciais e documentos”, sublinhou o director-executivo do CPJ, Joel Simon.

Por seu turno, Jean-Bosco Gasasira, director do “Umuvugizi”, um dos principais jornais privados do Ruanda, receia que esta atitude “intimidatória” do ministro abra caminho à “perda de fontes de informação” ou à “detenção de jornalistas”, lembrando que a 7 de Setembro foi interrogado durante três horas pelas autoridades devido a artigos críticos do ministro das Finanças, James Musoni, e da polícia.

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