Patrice Booto, proprietário do trissemanário “Le Journal” e do suplemento “Pool Malebo”, foi detido a 2 de Novembro em Kinshasa por cinco polícias à paisana, cerca de mês e meio depois do seu jornal ter sido suspenso pela Alta Autoridade para os Média (HAM).
Apesar das tentativas da organização para a liberdade de imprensa Journaliste en Danger (JED), as autoridades não permitiram que esta chegasse à fala com o jornalista, que foi preso devido a artigos publicados no “Pool Malebo” e no “Le Journal” a 15 e 16 de Setembro, respectivamente.
Nesses textos era referida uma doação de 30 milhões de dólares da República Democrática do Congo ao sector educativo da Tanzânia numa altura em que existiam conflitos laborais entre o governo congolês e os sindicatos de professores, uma informação que segundo o jornal partiu da Conferência Episcopal Congolesa, que entretanto negou ter sido a fonte.
Foram estes artigos que motivaram também a suspensão das publicações por três meses, decretada pela HAM a 19 de Setembro e fundamentada na publicação de “testemunhos não confirmados e acusações danosas sem qualquer rigor” que lesavam o codigo ético da profissão.
Na sequência desta decisão, os trabalhadores de ambos os títulos decidiram entrar na clandestinidade, para evitar outro tipo de represálias.