Equipa que produz o trabalho de jornalismo independente foi distinguida com fundo atribuído pela Open Society Foundations. Primeira emissão em direto foi na manifestação “Enterrar de vez o furo, Tirar as petrolíferas do mar”.

Bernardo Afonso, Frederico Raposo, Maria Almeida, Pedro Santos, Pedro Zuzarte, Ricardo Ribeiro, Sofia Rocha e Tomás Pereira: eles foram o projeto de jornalismo independente intitulado “É Apenas Fumaça” que acaba de ganhar um fundo, no valor de 80 mil euros, concedido pela Open Society Foundations.

O anúncio foi feito pela equipa que, desde 2016, desenvolve o projeto online: “Este financiamento vai permitir-nos continuar a fazer jornalismo independente, progressista e dissidente. Vamos criar uma redação, trabalhar a tempo inteiro, com condições laborais dignas e sem precariedade. O nosso trabalho jornalístico vai expandir-se para outros formatos, como reportagens, áudio documentários, artigos de opinião e um telejornal semanal. O site também vai ser totalmente renovado”, afirmou Ricardo Ribeiro, co-fundador do É Apenas Fumaça e jornalista, citado num comunicado de imprensa.

A ideia do projeto é “escrutinar a democracia, questionar as decisões políticas de quem é nomeado ou se faz eleger, e dar voz a representadas e representados – especialmente às camadas da população que menos a expressam – o É Apenas Fumaça consegue assim avançar para a formalização oficial como órgão de comunicação social”.

Para Maria Almeida, “co-fundadora e jornalista do É Apenas Fumaça, a transparência” é algo de fundamental, pelo que será tornado “público o contrato assinado com a Open Society Foundations, bem como os nomes de todas as pessoas que até hoje contribuíram com o seu dinheiro.”

Além disso, o fundo “permite montar uma estrutura, mas é na criação de um público que ajude regularmente e permita ser sustentáveis que” está a aposta.

Dadoss “sobre a gestão deste valor estão, desde hoje, disponíveis para consulta pública em www.apenasfumaca.pt/quem-nos-financia”.

Pedro Santos, um dos jornalistas que integram a equipa, refere: “O mais importante é manter a independência. Não temos publicidade e até agora só recebíamos donativos dos nossos ouvintes, leitores e espectadores. Candidatamo-nos ao fundo da Open Society Foundations por sabermos que não haveria qualquer interferência editorial”.

Criado em junho de 2016 e já com 120 episódios, o “É Apenas Fumaça é um dos podcasts mais ouvidos em Portugal, superando as 250 mil audições. Cobre temas como direitos humanos, racismo, imigração, discriminação, educação, feminismo, questões LGBT, ambiente, religião ou memória histórica”.

Segundo o comunicado, “nos últimos meses, a equipa começou a produzir reportagens e tem agendado para breve o lançamento de uma áudio-série documental, de vários episódios, gravada na Palestina”.

Quanto à Open Society Foundations, “foi criada por George Soros, investidor e magnata húngaro-americano, e é uma rede de mais de 20 fundações espalhadas pelo mundo, que financia projetos e organizações cujos objetivos sejam promover a justiça, a educação, a saúde pública ou o jornalismo independente”.