Presidente do Marítimo agride jornalista na Madeira

O jornalista Marcos Freitas, ao serviço do “Diário de Notícias” da Madeira, foi agredido esta manhã pelo presidente do Club Sport Marítimo, Carlos Pereira, nas instalações do clube. O Sindicato dos Jornalistas (SJ) repudia a agressão e pede a punição exemplar do agressor.

O SJ denuncia em comunicado – que a seguir se transcreve na íntegra – o comportamento “absolutamente inaceitável” do também presidente da SAD do Marítimo, e recorda que Carlos Pereira já tem “antecedentes impróprios num Estado de direito e indecorosos para uma entidade desportiva”, já que o “Diário” tem sido “ostensiva e ilegitimamente atacado no seu direito de acesso à informação”.

Manifestando a sua solidariedade ao camarada de profissão agredido, o SJ apela também aos jornalistas que cobrem as actividades do Marítimo para que “continuem a desempenhar a sua missão com a maior coragem e a resistir à intimidação física ou psicológica, fazendo respeitar o direito dos cidadãos à informação livre e independente”.

SJ repudia agressão de jornalista no DN da Madeira por presidente do Marítimo

1.O Sindicato dos Jornalistas repudia veementemente a agressão ao jornalista Marcos Freitas, ao serviço do “Diário de Notícias” da Madeira, pelo presidente do Club Sport Marítimo, Carlos Pereira, ocorrida esta manhã no interior de instalações deste clube.

2.De acordo com as informações que o SJ possui, o nosso camarada foi atacado pelo presidente do clube e da Marítimo da Madeira Futebol, SAD quando se encontrava a assistir ao treino no Complexo Desportivo em Santo António, tendo sofrido escoriações no pescoço, ferimentos a que foi tratado no Hospital Dr. Nélio Mendonça.

3.A Direcção Nacional do SJ manifesta total solidariedade para com o jornalista Marcos Freitas e para com os jornalistas ao serviço do “Diário” e denuncia como absolutamente inaceitável o comportamento do presidente da SAD do Marítimo, que aliás tem antecedentes impróprios num Estado de direito e indecorosos para uma entidade desportiva, já que o jornal tem sido ostensiva e ilegitimamente atacado no seu direito de acesso à informação.

4.O SJ considera que o agressor deve ser punido exemplarmente, já que não pode haver qualquer justificação para a violência – física ou verbal – nem se pode aceitar que dirigentes desportivos exerçam retaliações de qualquer tipo porque não gostem da forma como este ou aquele profissional, este ou aquele órgão de informação realizam a sua missão de informar ou exercem o direito à opinião.

5.Nesse sentido, o SJ apela aos jornalistas e a outras pessoas que testemunharam os acontecimentos desta manhã para que se disponibilizem a depor no inquérito judicial que necessariamente terá de ser aberto, bem como no julgamento do caso que terá forçosamente de realizar-se. O SJ prestará, aliás, se necessário for, todo o auxílio jurídico ao jornalista ofendido.

6.O SJ apela por outro lado ao Governo Regional da Madeira, segundo accionista da Sociedade Anónima Desportiva do Marítimo, para que contribua para a reposição do respeito pela integridade física dos jornalistas que se deslocam às instalações do grupo em missão profissional.

7.O SJ apela ainda aos jornalistas que cobrem as actividades do Marítimo para que continuem a desempenhar a sua missão com a maior coragem e a resistir à intimidação física ou psicológica, fazendo respeitar o direito dos cidadãos à informação livre e independente.

8.Finalmente, a Direcção Nacional reitera a sua solidariedade para com a Direcção Regional do SJ, que tem sabido resistir à ofensiva contra os direitos dos jornalistas tanto nas instalações do Marítimo como nas de outros clubes onde também se verificaram impedimentos à sua missão profissional.

Lisboa, 9 de Novembro de 2010

A Direcção Nacional do SJ

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