Prémios Pulitzer reconhecem fotógrafo anónimo de 1979

O iraniano Jahangir Razmi vai receber, 27 anos depois, o Pulitzer de Fotojornalismo pela imagem que captou de um pelotão de fuzilamento no Irão, a qual permaneceu como sendo de autor anónimo até o fotojornalista ter tornado pública a sua identidade em Dezembro de 2006.

Este reconhecimento especial é um dos grandes destaques da 91ª edição dos Prémios Pulitzer, cujos vencedores foram anunciados a 16 de Abril pela Universidade de Columbia.

Assim, na categoria de Serviço Público, o prémio foi para o “The Wall Street Journal”, por uma investigação realizada às stock options de executivos que conduziu ao afastamento de funcionários de topo e a mudanças importantes no tecido empresarial norte-americano.

Na categoria Reportagem de Actualidade, a vitória coube à redacção do “The Oregonian”, pela cobertura do desaparecimento de uma família nas montanhas do estado do Oregon, enquanto a melhor Reportagem de Investigação no entender do júri foi a realizada por Brett Blackledge, do “The Birmingham News”, um jornal do estado do Alabama, que escreveu sobre corrupção no ensino local.

Os jornalistas Kenneth R. Weiss, Usha Lee McFarling e Rick Loomis, do “Los Angeles Times”, ganharam a categoria de Reportagem Explicativa em virtude de peças sobre os oceanos mundiais, ao passo que a melhor Reportagem Local coube a Debbie Cenziper, do “The Miami Herald”, que escreveu sobre desperdício, favorecimento e falta de supervisão numa imobiliária de Miami, dando origem a despedimentos, investigações e processos judiciais.

Charlie Savage, do “The Boston Globe”, recolheu o prémio para melhor Reportagem Nacional, por ter revelado actuações legislativas controversas do presidente George W. Bush, enquanto a redacção do “The Wall Street Journal” ganhou o galardão para melhor Reportagem Internacional, devido a artigos sobre o impacto negativo do capitalismo na China em áreas como as desigualdades sociais e a poluição.

O melhor “feature” coube a Andrea Elliott, do “The New York Times”, pelo seu retrato de um imã imigrante que tenta encontrar o seu caminho e servir os seus fiéis na América, enquanto Cynthia Tucker, do “The Atlanta Journal-Constitution” recebeu o prémio de melhor comentadora e Jonathan Gold, do “LA Weekly” foi considerado o melhor crítico.

O galardão para melhor escrita editorial coube à direcção editorial do “New York Daily News”, enquanto Walt Handelsman viu premiados os sofisticados cartoons que publica no “Newsday”. Em termos de fotografia, o prémio de Actualidade foi para Oded Balilty, da Associated Press, que captou uma colona judia a desafiar as tropas israelitas, e o de “feature” coube a Renée C. Byer, do “The Sacramento Bee”, pelo retrato de uma mãe solteira e do seu filho, que estava a perder a batalha contra o cancro.

Nas categorias de literatura e artes, “The Road”, de Cormac McCarthy, foi considerada a melhor Ficção, enquanto “Rabbit Hole”, de David Lindsay-Abaire, ganhou o prémio de Dramaturgia, e “Native Guard”, de Natasha Trethewey, o de melhor livro de Poesia. O prémio de Música coube a “Sound Grammar”, de Ornette Coleman.

Na categoria História o prémio foi para “The Race Beat: The Press, the Civil Rights Struggle, and the Awakening of a Nation”, de Gene Roberts e Hank Klibanoff; em Biografia a vitória coube a Debby Applegate, com “The Most Famous Man in America: The Biography of Henry Ward Beecher”; e em Não-Ficção o vencedor foi Lawrence Wright, autor de “The Looming Tower: Al-Qaeda and the Road to 9/11”.

O júri do Pulitzer decidiu atribuir ainda menções especiais ao escritor de ficção científica Ray Bradbury e ao músico de jazz John Coltrane.

Todos os vencedores de prémios Pulitzer recebem um prémio monetário de 10 mil dólares, excepto o Prémio de Serviço Público, cuja representação física é a atribuição de uma medalha de ouro ao órgão de comunicação vencedor.

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