Prémio para a Liberdade e o Futuro dos Média 2005

Os alemães Hans-Martin Tillack e Britta Pertersen, a russa Anna Politkovskaya e o norte-americano Seymour Hersh foram os vencedores do Prémio para a Liberdade e o Futuro dos Média 2005, galardão no valor de 30 mil euros atribuído pela Fundação de Média do banco alemão Sparkasse Leipzig.

Este prémio anual foi instituído em 2001 e distingue jornalistas e órgãos de comunicação que corram riscos, mostrem empenho, coragem e convicções democráticas na protecção e aplicação da liberdade de imprensa. A entrega das distinções está marcada para 28 de Abril em Leipzig, na Alemanha.

Seymour Hersh foi premiado pelo trabalho de toda uma carreira, onde se destacam histórias sobre o massacre de My Lai, durante a guerra do Vietname, a cumplicidade de Henry Kissinger nos bombardeamentos no Camboja, o envolvimento da CIA no golpe de estado que depôs o presidente chileno Salvador Allende e, mais recentemente, no fornecimento de provas de que a tortura em Abu Ghraib foi ordenada a partir de Washington.

Já Anna Politkovskaya, famosa pela sua cobertura da guerra na Chechénia, foi distinguida pelos riscos que tem corrido em prol do jornalismo, de que o exemplo mais recente é um envenenamento que a impediu de se deslocar a Beslan, na Ossétia do Norte, aquando do sequestro de inúmeras crianças numa escola.

Quanto a Britta Petersen, recebeu o prémio pela criação, em Setembro de 2003, da Iniciativa Imprensa Livre (IFP), organização que forma jornalistas e apoia o desenvolvimento de órgãos de comunicação social independentes em todo o Afeganistão.

Por fim, a Fundação distinguiu Hans-Martin Tillack, jornalista de investigação que denunciou casos de corrupção no seio da União Europeia e que, em Março de 2004, foi preso pela polícia belga por alegado suborno de funcionários comunitários, tendo o seu escritório sido revistado para obtenção de informações sobre as suas fontes.

Tal procedimento policial provocou indignação no seio da classe jornalística e levou a uma batalha judicial cujo capítulo mais recente foi o recurso, interposto a 24 de Dezembro pelo jornalista, de uma decisão do Tribunal Europeu de Primeira Instância que não impedia a Comissão Europeia e a unidade anti-fraude de acederem aos documentos apreendidos pelas autoridades belgas.

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