Uma reportagem sobre doentes graves africanos alojados sem conforto em pensões de Lisboa valeu ao jornalista Ricardo Dias Felner, do “Público”, o Prémio Literário Orlando Gonçalves, este ano na nona edição e dedicado à vertente jornalística.

A sessão de entrega do galardão teve lugar a 5 de Outubro no Auditório da Câmara Municipal da Amadora.

A peça de Ricardo Dias Felner, intitulada “Doentes graves, africanos, depositados em pensões obscuras” e publicada a 30 de Novembro de 2005 foi escolhida por unanimidade do júri e distinguida com um prémio monetário de 4 987,98 euros.

O júri foi composto pelo jornalista João Grego Esteves (membro indicado pela Câmara Municipal), a jornalista Maria José Garrido (em representação do Sindicato de Jornalistas) e o realizador e escritor Luís Filipe Costa (em representação da Sociedade Portuguesa de Autores).

A reportagem aborda a questão de doentes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) com cancro, insuficiência renal e outros diagnósticos, transferidos para Portugal ao abrigo de acordos de saúde, que na altura estavam instalados em apartamentos repletos de baratas e ratos, sem quaisquer condições de segurança e conforto.

O Prémio Literário Orlando Gonçalves, instituído em 1998 pela Câmara Municipal da Amadora, tem por objectivo homenagear a memória do escritor e jornalista Orlando Gonçalves e incentivar a produção literária, contribuindo para a defesa e enriquecimento da língua portuguesa.

Este prémio destina-se a galardoar, anualmente e de forma alternada, uma obra de ficção narrativa e um trabalho jornalístico de investigação ou grande reportagem.

Orlando Gonçalves, escritor e jornalista da imprensa escrita e da rádio, dirigiu o jornal “Notícias da Amadora” por mais de 30 anos, foi agraciado com a Medalha de Ouro da Cidade da Amadora em 1989 e com o Prémio Literário Cidade da Amadora em 1993, pelo seu romance “Enredos da Memória”.