Portugueses acreditam que os jornalistas são sérios e credíveis

Uma sondagem efectuada pela Novadir/Grupo Marktest para o “Diário de Notícias” revela que a grande maioria dos portugueses (75%) considera os jornalistas sérios e credíveis, enquanto 18% tem opinião contrária. O estudo, divulgado a 9 de Novembro, aponta no entanto desconfianças em relação à isenção dos profissionais da comunicação.

Mais de metade dos inquiridos considera que os jornalistas se deixam influenciar pelo poder poder político (54,8%) e pelo poder económico (56,5%), sendo que 58% considera que os profissionais da comunicação podem ser corruptos ou corrompidos.

Os jovens – entre os 18 e os 24 anos – são os que mais acreditam que os jornalistas não se deixam influenciar nem por políticos nem por homens de negócios (43%).

Os jornalistas desportivos, em especial, são vistos por 53,2% dos inquiridos como nem isentos, nem independentes, sendo que apenas 32% das mulheres e 27,6% dos homens manifesta opinião contrária.

A televisão é o meio de comunicação preferido por mais de 93% dos inquiridos para se informarem. Seguem-se os jornais e as revistas (56%), a rádio (37,4%) e a Internet (22%). Em termos de credibilidade, a ordem repete-se, com a televisão a ter quase 60%, a imprensa 20% e a rádio 7,8%.

Realizada com o objectivo de avaliar a opinião dos portugueses sobre o jornalismo praticado em Portugal, incluindo a cobertura do processo Casa Pia e a divulgação de escutas telefónicas, esta sondagem da Novadir indica que 76% dos portugueses acha que os jornalistas interferem na vida privada das pessoas e discorda que sejam publicadas nos média matérias em segredo de justiça, como as escutas telefónicas.

No que respeita à cobertura do processo Casa Pia, 41% acha que foi boa, 31% que foi má, 15% que foi muito má e 9% que foi muito boa. Já a divulgação de matérias em segredo de Justiça pelos órgãos de informação é criticada por 63% dos inquiridos e defendida por um terço.

Quanto à divulgação de escutas telefónicas, a grande maioria também é contra (74%). Por fim, quase dois terços dos inquiridos defende que os jornalistas assistam aos julgamentos de casos de abusos sexuais de menores, posição contrariada por 32% dos entrevistados, para os quais estes julgamentos deveriam ser à porta fechada.

A ficha técnica do estudo, efectuado entre 4 e 6 de Novembro, revela um intervalo de confiança de 95% e uma semiamplitude máxima de erro de +/- 3,99%.

Partilhe