Portugal é sétimo em «ranking» da liberdade de Imprensa

Portugal é o sétimo país do mundo onde existe maior liberdade de Imprensa, de acordo com um «ranking» que a Repórteres Sem Fronteiras organizou pela primeira vez e na qual surgem resultados surpreendentes, como a má classificação da Itália ou a presença de um dos países mais pobres do mundo, o Benim, entre os 25 primeiros.

A Repórteres Sem Fronteiras (RSF) organizou esta classificação colocando 50 perguntas a jornalistas, juristas e investigadores em 189 países. Estes foram interrogados sobre questões como o assassínio ou detenção de jornalistas, a existência de censura, a dimensão dos monopólios estatais, o modo como os crimes de liberdade de Imprensa são sancionados, a regulação dos média ou as pressões exercidas sobre os jornalistas, entre outras.

Portugal surge na sétima posição, com uma nota de 1,50, a mesma atribuída à Alemanha e à Suécia. Os quatro países que partilham o primeiro lugar, com uma nota de 0,50, são a Holanda, Finlândia, a Islândia e a Noruega, seguidos pelo Canadá (0,75) e pela Irlanda (1,0). A nota máxima não foi atribuída apenas devido às condições que permitem a existência de uma imprensa livre naqueles quatro países, mas distinguiu também o empenho desses estados na defesa da liberdade de Imprensa fora das respectivas fronteiras.

Com uma posição inferior à portuguesa, surgem neste «ranking» países como a Dinamarca (décimo), França (décimo primeiro), Estados Unidos (décimo sétimo) e Reino Unido (vigésimo primeiro), que recebeu uma pontuação idêntica á do Benim, um dos 15 países mais pobres do mundo.

Para a Repórteres sem Fronteiras, este caso mostra como o grau de liberdade de Imprensa não é uma consequência necessária das condições económicas de cada país. No mesmo contexto, a RSF destaca ainda a excelente posição da Costa Rica, que surge dois lugares à frente dos Estados Unidos. A má nota dos norte-americanos resulta, essencialmente, da detenção frequente de jornalistas que se recusam a revelar as respectivas fontes em tribunal.

Quanto à União Europeia, o caso mais preocupante é o da Itália, quadragésima neste «ranking», com uma nota de 11,0, atrás de países como a Bulgária ou o Perú. O domínio no campo do audiovisual do primeiro-ministro, Silvio Berlusconi, que controla os três canais públicos e é proprietário das três estações privadas nacionais, é uma das razões para este mau resultado. Mas a Itália foi também penalizada pelas pressões sobre os jornalistas, que sucedem em crescendo, culminando na detenção de um jornalista, por um crime de liberdade de Imprensa ocorrido há três décadas.

A Coreia do Norte é o país pior classificado nesta tabela, que reuniu dados relativos a 139 países, dos 189 onde foram efectuados contactos. China, Birmânia, Turquemenistão, Butão, Cuba, Laos, Eritreia, Vietname e Iraque são os países onde as condições para o exercício da liberdade de Imprensa são nulas ou muito más.

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