Polícia tunisina ataca equipa de televisão belga

Elementos das forças de segurança da Tunísia impediram a repórter Marianne Klaric e o operador de câmara Jean-Jacques Mathi, do canal público belga RTBF, de entrevistarem representantes de organizações não governamentais tunisinas, agarrando na câmara e confiscando uma cassete que continha reportagens gravadas anteriormente.

Esta acção policial, levada a cabo por agentes à civil, é a segunda em menos de uma semana contra jornalistas estrangeiros na Tunísia – a primeira afectou o jornalista francês Christophe Boltanski –, e ocorre em vésperas da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação, que decorre de 16 a 18 de Novembro em Tunis.

“A Cimeira está a começar muito mal e a cobertura do evento está a revelar-se perigosa para os jornalistas”, afirmou Martine Simonis, secretária-geral da Associação de Jornalistas Profissionais da Bélgica, revelando-se surpreendida por o governo tunisino ter “mostrado a sua verdadeira natureza, quando muitos pensaram que, no mínimo, iria tentar apresentar a Tunísia como país livre e aberto”.

Apoiando a organização de jornalistas belga, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) diz estar também preocupada com as greves de fome que diversos activistas dos direitos humanos tunisinos, entre os quais o presidente do sindicato dos jornalistas, estão a levar a cabo, como forma de protesto pelas violações de direitos humanos na Tunísia.

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