No decurso de uma manifestação pela paz, a 2 de Junho, em Roma, a polícia abordou uma equipa da estação televisiva La7 e confiscou, de modo algo brusco, uma cassete que continha imagens da detenção de dois manifestantes, informou a direcção do canal.
“A nossa colega Paola Mascioli foi abordada por um polícia que, usando modos algo bruscos, começou por tirar a câmara das mãos do operador e depois confiscou a cassete. A mesma foi restituída três quartos de hora depois à jornalista, que tinha sido levada para a esquadra e identificada”, explicou a direcção em comunicado, acrescentando que as imagens iriam ser transmitidas em todos os programas noticiosos da estação.
Este episódio foi de imediato condenado pelo presidente da Ordem dos Jornalistas de Lazio, Bruno Tucci, que considerou o comportamento da polícia como injustificável, uma vez que “o direito de reportagem num país democrático não pode ser limitado por nenhuma razão”.
Opinião idêntica tem a organização de defesa da liberdade de imprensa Articolo 21, que espera que a próxima manifestação, marcada para 4 de Junho, não seja afectada pelo clima de crescente intolerância para com os jornalistas que tentam abordar o tema da guerra e da paz.
Igualmente preocupado com este caso, Paolo Serventi Longhi, secretário-geral da Federação Nacional da Imprensa Italiana (FNSI), teme que o clima de extrema tensão que já se vive em Roma se possa agravar com a chegada do presidente dos Estados Unidos.
“O mundo da informação está mobilizado para seguir este importante evento, seja nos momentos institucionais ou nas anunciadas manifestações de protesto. É necessário que os responsáveis pela ordem pública demonstrem um grande sentido de responsabilidade e de equilíbrio, assegurando plena liberdade de movimentos a todos os jornalistas”, declarou o dirigente sindical.