Polícia francesa acusada de obstruir jornalistas

A polícia francesa impediu os jornalistas de cobrirem uma rusga, seguida de despejo, a um acampamento cigano em terrenos públicos do município de Saint-Étienne, realizada durante a manhã de 6 de Agosto, criticou a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), considerando que este tipo de acção “só encoraja um reacender do racismo e da xenofobia”.

Classificando o não acesso dos jornalistas ao local como “completamente inaceitável”, o secretário-geral da FIJ, Aidan White, frisou que França não é um estado policial e, como tal, os média devem poder trabalhar livremente, deixando uma questão: “Se os jornalistas e os média não puderem chegar à verdade, como é que o público poderá saber se a lei e a ordem foram respeitadas?”

A FIJ questiona ainda se o facto de as autoridades francesas terem planos de deportar todos os ciganos “sem papéis” para a Roménia não põe em causa a liberdade de circulação dos cidadãos no espaço da União Europeia.

Esta acção policial foi a primeira desde que o presidente Nicolas Sarkozy anunciou, a 28 de Julho, uma série de medidas contra ciganos e nómadas, entre as quais se conta a evacuação de cerca de 300 acampamentos não autorizados, depois de no mês passado um grupo de ciganos ter causado distúrbios em Saint-Aignan após a polícia ter morto a tiro um jovem desta minoria.

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