Os trabalhadores da Trust in News (TiN) reuniram em plenário esta sexta-feira e aprovaram a manutenção da greve por tempo indeterminado, com os votos de 44 dos 55 presentes. A paralisação permanece até que a administração liquide as dívidas que mantém para com as pessoas trabalhadoras.
Em causa está o pagamento de 75% do salário de maio e o subsídio de refeição do referido mês. No dia 30, segunda-feira, estará em atraso o mês de junho, respetivo subsídio de refeição e o subsídio de férias de quem já está ou se prepara para gozar férias.
Esta greve é o culminar de quase dois anos de instabilidade, ansiedade e atrasos nos pagamentos dos salários, que levaram à saída de dezenas de pessoas, forçadas a deixar o trabalho e os títulos que ajudaram a criar e a prosperar nos últimos anos por não terem perspectivas de futuro e de salário no presente.
Esta greve já provocou um atraso de um dia na publicação da revista Caras, que saiu para as bancas com um número de páginas muito abaixo do habitual, tal como a revista Visão. Estas publicações foram editadas recorrendo a colaboradores externos numa clara tentativa de minimizar os efeitos desta paralisação, que tem tido uma adesão de cerca de 80% nas redações do grupo e que tem sido superior a 50% em toda a empresa.
A greve da TiN iniciou-se no dia 20. Uma semana volvida, o sócio único Luís Delgado continua sem dar sinal de vida: não se lhe ouve uma palavra sobre o pagamento dos salários devidos aos trabalhadores nem sobre uma solução para o futuro dos vários títulos da TiN. Não há qualquer sinal do cumprimento da promessa de injeção de capital na empresa para que os credores aprovem um plano de recuperação pós-insolvência da empresa.
O Sindicato dos Jornalistas mantém o apelo aos poucos que ainda ficam no interior da empresa a que se juntem aos camaradas nesta jornada de luta. Pelo futuro da TiN e das suas revistas; pelo futuro do Jornalismo e pela Democracia.